Teste

En salud publica, hay que ser pesimista, pero sin perder el tesón jamás.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A bactéria pode até ser "super", mas a comunicação e as medidas estão confusas e pobres

Está havendo uma grande divulgação sobre os casos e mortes pela KPC, chamada, exageradamente, pelos meios de comunicação de "superbactéria". A comunicação sobre o evento está confusa desde o início, bem como as medidas anunciadas até o momento. Primeiro o Mininstério da Saúde e a Anvisa anunciaram a obrigatoriedade de prescrição médica para a compra de antibióticos. A medida é boa,  mas qual a relação com os casos que ocorreram até agora? Todos estão localizados, exclusivamente, em ambiente hospitalar, sem nenhum caso conunitário registrado. A divulgação da medida como sendo contra os casos de KPC fez uma confusão entre a resistência aos antibióticos encontrada na comunidade com a resistência encontrada em ambiente hospitalar. Essa confusão tem contribuído para criar temor população e uma avaliação superexagerada dos riscos reais para as pessoas. A identificação de um caso vira manchete nos jornais, como se, infelizmente, não ocorressem mortes por infecção hospitalar relacionadas com bactérias resistentes todos os dias.
Depois foi divulgada como medida para os hospitais, a obrigação do álcool para desinfecção das mãos. É boa medida também, mas absolutamente insuficiente, pois não existe um superálcool que elimine a necessidade de todo o conjunto de medidas para reduzir o problema da infecção hospitalar.
Espeo que não se perca essa boa oportunidade para revisar nosso sistema de controle de infeção hospitalar, que é, em sua grande maioria, burocrático e ineficiente, e estabelecer normas e capacitação dos médicos sobre uso de antibióticos profiláticos, fluxos e procedimentos que podem reduzir os riscos para essa e todas as outras (menos famosas, mas mais prevalentes) bactérias resistentes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Preventivamente (?)

Hoje parece que foi o dia da não-comunicação na saúde pública. Além do problema com a catapora, o Ministério da Saúde informou que "preventivamente" estava suspendendo o uso da vacina anti-rábica que vinha sendo utilizada na campanha de vacinação de animais domésticos. Se vários estados já haviam informado e realizado estudos epidemiológicos que evidenciaram a produção de eventos adversos letais em quantidade muito acima do "esperado" há várias semanas, se já morreram centenas de animais e se os problemas na vacina já foram comprovados em testes com cobaias, a suspensão "preventiva" é para prevenir o que mesmo?

Catapora e (falta de) comunicação de risco

Não sei exatamente como foi a comunicação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, se houve alguma distorção, mas o que saiu na imprensa de Brasília durante o dia de hoje sobre a catapora, foi que a Secretaria considerava que "não havia surto" e que a "situação era esperada". Esse tipo de comunicação resume bem a postura tradicional, e muito pouco efetiva, de nossas autoridades sanitárias. Diante de um evidente surto (mais de 6.000 casos e 4 mortes), ao invés de aproveitar a oportunidade para informar aos pais como proteger ou como mitigar a situação, tenta-se de todas as maneiras dizer que "tudo está normal". Para mim soa como desrespeitoso diante das mortes e pouco educativo para a população. O nosso velho dilema é que sempre comparamos casos e mortes com o passado, enquanto a população, corretamente, se pergunta como achamos normal esses casos e mortes, quando já existem tantas tecnologias para evitá-las? Já chamei isso de "paradoxo epidemiológico" porque as percepções sobre um mesmo fato são completamente diferentes.