Teste

En salud publica, hay que ser pesimista, pero sin perder el tesón jamás.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

10 anos de Expoepi e de Episus

Soube que na Expoepi que se inicia hoje haverá uma comemoração pelos 10 anos da própria Expoepi e do Episus. Fui entrevistado por jornalistas da SVS/MS para explicar como começamos as duas iniciativas. Desejo uma excelente comemoração aos que forem participar, pois, sem dúvida, são iniciativas que ajudaram a mudar o perfil da epidemiologia aplicada aos serviços de saúde no Brasil.
A Expoepi nasceu pequena, pouco mais de 200 participantes, no Hotel Nacional, e com muitas dúvidas sobre seu futuro. Hoje, está consolidada como o espaço em que os serviços de saúde realizam intercâmbio de experiências, mostram suas “boas práticas” e atualizam seus conhecimentos técnicos.
A motivação para começar a Expoepi nasceu da convicção que faltava, no calendário de eventos da saúde pública no Brasil, um evento de caráter técnico-científico voltado para os serviços de saúde. Onde eles fossem os protagonistas, estivessem nas mesas-redondas, e não apenas na platéia. Uma das coisas que sempre me emocionou, na Expoepi, é assistir, nas mostras competitivas de boas experiências, pequenos municípios apresentarem, orgulhosamente, como conseguiram superar, com dedicação, competência e criatividade, as dificuldades que todos os que trabalhamos com prevenção e controle de doenças enfrentamos.
Mais do que o mero intercâmbio técnico-científico, a Expoepi também tem servido para melhorar a “autoestima” dos epidemiologistas de serviços do Brasil, provando que é possível fazer melhor e contribuir mais para a saúde dos brasileiros. Para a equipe que comigo iniciou a Expoepi, ainda no tempo do Cenepi, e depois a continuou durante a SVS, superando inclusive algum ceticismo e questionamentos sobre sua validade, meu reconhecimento, agradecimento e parabéns. Que a Expoepi mantenha seu espírito e se consolide cada vez mais como uma referência para todos os  trabalhadores da saúde pública do país.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Desencontros no sarampo

O Brasil tem registrado casos de sarampo. Até aí não há nada anormal, pois a circulação do vírus na Europa, Ásia e África sempre tornará possível a "importação" de casos. Para evitar que se propaguem, é necessário combinar uma vigilância capaz de detectar de maneira precoce os casos; ações de bloqueio adotadas de forma oportuna; e ter altas e homogêneas coberturas vacinais em todo o país.
O registro de casos esporádicos é, portanto, natural. Entretanto, 55 casos já foram confirmados em 2010, nos estados do Pará, Paraíba e Rio Grande do Sul. A imprensa informa que há mais 70 casos esperando confirmação. Teoricamente, as coberturas vacinais do sarampo parecem indicar que não há quantidade de suscetíveis suficiente para sustentar uma transmissão, entretanto seria interessante ter esclarecimentos mais coerentes, por parte das autoridades sanitárias, sobre o que está realmente acontecendo no país.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo divulgou que fará uma campanha de vacinação para todos os menores de 19 anos (a matéria completa está aqui), enquanto a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério recomenda uma "campanha de seguimento para crianças entre 6 meses e 5 anos, 11 meses e 29 dias" no caso da Paraíba (para ver a nota clique aqui).
O que está ocorrendo? A situação de São Paulo e da Paraíba são distintas ou há recomendações técnicas divergentes sobre a resposta aos casos? Se a primeira situação for a verdadeira, uma boa nota técnica, com análise epidemiológica bem fundamentada, pode esclarecer a necessidade de utilizar estratégias diferentes para enfrentar as duas situações. Caso a situação epidemiológica seja a mesma, seria preocupante ver que não há uma estratégia única, capaz de garantir orientação segura a todos os estados e municípios. Para responder de maneira adequada às crises sanitárias, é fundamental que a autoridade sanitária nacional exerça sua liderança técnica, construída com base na melhor evidência científica e capaz de garantir a participação coordenada de todos os integrantes do SUS.
No passado recente, a utilização de estratégias distintas para prevenir o sarampo (por exemplo: a divisão dos estados entre fazer ou não fazer a campanha de seguimento em 1995) contribuiu bastante para o acúmulo de suscetíveis que propiciou a epidemia de 1997/1998.